quarta-feira, 21 de junho de 2017

Primeiro teste com Lente Canon EF 75-300 f/4-5.6 II para Astrofotografia




Um novo equipamento ou a troca por um outro diferente traz consigo muitas mudanças, além do equipamento (claro). Confesso que quando possuía minha Nikon d3200 cheguei em um momento em que não sentia mais prazer em fotografar, ou melhor, astrofotografar. Achava que eu já tinha tirado o máximo dela e que eu não conseguiria tirar nada de melhor além do que eu já havia conseguido. É claro que eu estava errado, mas não digo que totalmente e explico mais pra frente o porque, mas foi justamente após vender a minha Nikon é que percebi o quanto ela poderia me oferecer e as inúmeras funções que eu sequer sabia que existiam nela, e funções essas que melhorariam muito minhas fotos do dia-a-dia. Em astrofotografia nem tanto, pois usava mais em foco direto no telescópio e essas funções não acrescentariam em nada nas imagens.

Quando digo que eu não estava totalmente errado quanto ao meu desleixo, digo isto pois ao adquirir minha primeira dslr percebi uma pequena, mas importante diferença entre Canon e Nikon: o preço das lentes.As lentes Nikon com motor para foco automático embutido custam quase o dobro de uma Canon com a mesma especificações idênticas, e um exemplo disto é a comparação entre uma 50mm EF 1.8 Canon e uma 50mm 1.8 af-s Nikkor, enquanto uma nova no mercado livre custa 450 reais a outra custa 845 reais, respectivamente. Esse preço alto em lentes comuns me permitiu adquirir apenas um 35mm 1.8 e uma lente antiga 28-90mm 2.8 com foco manual. E como havia dito no principio, a mudança ou aquisição de novos equipamentos sempre traz aquela euforia, a vontade de testar tudo, de ver tudo com novos olhos, planejar durante o dia o que irá fazer e por a mão na massa a todo instante possível.


E isto aconteceu ao adquirir minha T4i e está novamente acontecendo agora que comprei minha primeira lente canon, um 75-300mm com abertura de f/4 na menor distancia focal e f/5.6 em 300mm. Não é nenhuma lente prime, pelo contrario, até onde li é uma das lentes zoom mais simples da linha mas me agradou bastante para fotos diárias. Como é bom poder voltar a fotografar aviões e pássaros a distância, com qualidade. Fazia isso com o refletor de 150/750mm da SkyWatcher, que me proporcionava cerca de 1º de visão, permitindo bons detalhes em objetos bem distantes, e agora tenho essa oportunidade novamente, que apesar de proporcionar o campo 5x maior que o telescópio, tem a vantagem de ser leve, portátil e ainda a facilidade com o foco automático ou mesmo o manual com o ajuste fino bem na ponta dos dedos.

Anu Preto no fim de tarde pela T4i e lente em 300mm

Após me divertir bastante com as possibilidades de fotos diurnas, resolvi fazer alguns testes sem muitas expectativas do céu noturno. O alvo foi a região de eta carinae, para que além da lente eu pudesse testar o principal diferencial da minha câmera, que é a modificação para astrofotografia que me permite maiores detalhes principalmente em nebulosas. Após montar tudo e configurar o intervalômetro com 5 segundos de exposição para que as estrelas não criassem rastros por conta do tripé fixo, consegui um amontoado de fotos para fazer o empilhamento e pós processamento. Somente após fazer o backup do cartão de memória percebi que esqueci de mudar o formato das imagens para raw, e acabou ficando tudo em jpeg mesmo hahahahaha confesso que sou bem voado.

Frame único da sessão de registros

No fim das contas, no tempo em que eu deixei a câmera registrando tudo sozinha no quintal e fui jantar, o céu aproveitou e resolveu fechar. Dos mais de 340 frames, só aproveitei 72 sem nuvens e ainda assim com um monte de riscos de satélites cortando o campo da fotos. Por sorte ainda assim consegui um bom resultado no empilhamento e devo confessar que a lente me surpreendeu. Pensei que iria  conseguir apenas alguns poucos detalhes no Aglomerado Aberto próximo de Eta Carinae, mas foi muito além disso, revelando muitos detalhes da nebulosa e da região no entorno. É claro que nem tudo são flores, as estrelas ficaram com um pouco de aberração cromática como eu já esperava, mas creio que isso seja resolvido fechando o diafragma da lente e jogando por volta de f/7.1 ou até mesmo f/8.0, mas só poderei fazer isso em uma montagem motorizada, para que a baixa abertura da lente possa ser compensada com exposições maiores. Abaixo o resultado final após o pós processamento no photoshop, com 5:05 minutos de exposição total e o iso de 6400 absurdamente alto rsrs


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Primeiros testes

Chegou a Canon 650d (t4i) e fiquei bem empolgado pois a mesma entrega boas imagens mesmo em iso elevado. Ainda estou apanhando com os atalhos para configurações básicas,  mas além da tela móvel ela possui sensibilidade ao toque, o que facilita muito na hora que me perco com os botões. Por enquanto não adquiri nenhuma lente, estou usando a 18-55mm que peguei emprestado com o meu cunhado e fazendo testes de todos os tipos.

Por sorte esses dias o céu estava muito bom, com a via láctea bem visível e resolvi testar com o tripé fixo. Foram 86 frames de 14 segundos com iso em 1600 e 3200, sem arquivos de ajuste como darks e flats.

Na foto abaixo temos o resultado de apenas um frame de 14 segundos, reparem como a tonalidade vermelha se destaca devido a remoção do filtro, que corrige a quantidade de luz em infravermelho que chega ao sensor da camera.


Resultado dos 86 frames empilhados no Deep Sky Stacker




E aqui a imagem final já processada no Photoshop seguindo as dicas de processamento do vídeo do Rafael Compassi que falei no ultimo post.


É claro que por ser um teste sem compromisso algum, me senti muito satisfeito com futuros registros, mas sei da limitação do setup atual também. Antes de mais nada preciso de um acompanhamento e todos os dias procuro em sites de vendas de usados e nos grupos de venda do Facebook no minimo uma EQ1 em um preço justo. Como ainda estou contando que vou para o apartamento e lá meu espaço ficará bem limitado, um setup compacto será necessário, por isso penso em uma montagem pequena com motorização, e a Canon 650d com uma lente de ampliação maior como a 200mm 2.8 que todo mundo fala muito bem. 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Aplicando novo método de pós processamento

Ta tudo andando meio bagunçado nesse momento em minha vida eu não consigo me manter firme em meus novos projetos por muito tempo, faço muitos planejamentos e acabo os deixando de lado logo no começo, ou quando vai muito longe, paro na metade (rsrs). Estou buscando melhorar isso, mas tenho percebido que a unica coisa em que me mantenho sempre focado é com a Astrofotografia. Não sei o que acontece mas nao consigo ficar um dia sequer sem pesquisar algo sobre o assunto. Penso que isso seja bom, me mantenho sempre no entorno disso e é uma das poucas coisas que sempre me dedico.

Hoje acabei vendendo o ultimo item do meu setup: minha DSLR Nikon D3200. Com ela aprendi basicamente quase tudo que sei sobre fotografia e principalmente astrofotografia. A pequena me aguentou bastante, hoje posso dizer que tirei uns 70% do que ela poderia me oferecer (pra mim, acho que isso é muito). Partirei para uma Canon T4i, que me servirá de forma melhor para astrofotografia  devido ao grande numero de softwares que dão suporte para DSLR Canon. Vamos aguardar para fazer os testes.

Enquanto isso estou trabalhando no reprocessamento de alguns registros do ano passado com camera e lente. Na verdade são só alguns reprocessamentos pois encontrei muitos dados sem empilhar no hd do outro notebook que queimou, então estou fazendo muita coisa do zero. Percebi em alguns uma melhoria muito significativa. O metodo é bem explicado pelo Rafael Compassi  que criou o Canal Astrofoto com muita informação boa, principalmente para quem está iniciando. Trata-se de alguns ajustes no Photoshop que revelam boa parte dos detalhes que ficam "escondidos" no resultado do empilhamento e também ajuda na remoção da vinhetagem com muita eficiência. Talvez eu faça numa postagem futura, um passo a passo de como faço esse processamento, mas você pode acompanhar detalhadamente por vídeo AQUI.

Segue abaixo os resultados comparando os registros do ano passado, com o processamento feito esse ano.

Autosave gerado pelo DSS



Primeira Edição feita em junho de 2016



Novo processamento feito em maio deste ano.



Outra imagem já trabalhada em junho do ano passado



E esta novamente processada em maio de 2017





segunda-feira, 3 de abril de 2017

Mudanças

É chegado um momento muito importante na minha vida, onde meu tão esperado apartamento será entregue. É um cantinho modesto, com pouco mais de 46m², mas que será suficiente para mim e minha noiva. Confesso que durante o andamento da obra não planejei muito bem minhas finanças para o momento da entrega e acabei levando tudo aos trancos e barrancos. A entrega era prevista para setembro deste ano, mas parece que como todos os 320 imóveis do condomínio foram vendidos, as obras avançaram muito rápido e a construtora já programou a entrega das chaves para o dia 27 deste mês. Como não me planejei bem financeiramente, isso me tirou um pouco a tranquilidade, pois penso em fazer algumas reformas pontuais nos pisos e principalmente na cozinha, o que me fez anunciar o meu carro e também os meus equipamentos de astrofotografia. Na verdade não queria me desfazer de nenhum dos dois, mas este é o preço que terei que pagar por um mal planejamento e, na verdade, o valor investido justamente no carro e no equipamento deveriam ser para o apartamento mesmo (risos).

Ainda não sei como vai ser, o valor do conjunto é um pouco alto, e gostaria de vende-lo totalmente ao invés de fracionado. Mas muitas pessoas procuraram os itens separados e acho que vou acabar cedendo. É ruim se desfazer daquilo que batalhamos para conquistar, ainda mais nos dias de hoje, onde se está tão difícil para comprar equipamentos de boa qualidade e com um preço razoável ou justo. Mas por outro lado ainda penso que será uma boa oportunidade de recomeçar da maneira correta, sem gambiarras ou muitas adaptações, porque no final das contas terei um espaço muito restrito na janela do pequeno quarto/escritório e caso eu vá leva-lo para a o estacionamento não poderá ser algo muito trabalhoso para locomoção.

Tenho pensado muito em um futuro setup, talvez uma montagem mais robusta como um HEQ6 seja o mais certo e para registros penso em um conjunto com uma t3i ou similar, acompanhada de um lente 200mm. Sei que não vou conseguir me enganar muito tempo mas um refletor de 8" também me chama muito a atenção e quem sabe... quem sabe.

Os últimos 3 meses tem sido um pouco corridos e acabei não me dedicando muito a astrofotografia, até adquiri um GPUSB para uma guiagem minima, mas o tempo parece passar voando. Tenho utilizado o refletor de 6" para diversas funcionalidades, menos para o céu noturno, o que é um pouco frustrante. Mas nessa brincadeira, acabei descobrindo algo muito gostoso de se fazer, que é fotografar aviões durante o seu voo, exige paciência, planejamento, um foco perfeito e a buscadora perfeitamente alinhada. Abaixo alguns registros meus.






Todos os registros foram feitos de aviões que decolaram ou iriam pousar no aeroporto da Pampulha, por isso são todos aviões de pequeno porte que na maioria das vezes fazem voos apenas no território mineiro.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Construção do Pilar de observação Parte 2

Seguindo com o projeto do pilar de observação, acabei esbarrando em alguns "erros de projeto", que na verdade foram causados por falta de atenção minha. O primeiro foi quanto ao modo que a montagem ficariam encaixado no pilar. A eq5 possui uma parte central que vai abaixo do nivel do tripé melhorando a estabilidade e funciona como guia para ajuste de longitude. Acabei quebrando a cabeça sobre como eu iria fazer um encaixe para essa parte, e andando pela chacara do meu pai (que já é quase um ferro velho), me deparei com um disco de freio, que me parecia ser meio caminho andado, caso precisasse aumentar o furo central, e ao chegar em casa, uma bela surpresa: o disco encaixou perfeitamente.



Disco no estado em que encontrei


Teste com o encaixe da eq5


Disco depois de passar a escova de aço


Teste para ver a estabilidade

A partir daqui começaram alguns outros problemas. Percebi que a chapa de ferro deveria ser mais grossa e que a base do pilar também deveria ter um diametro maior para melhor estabilidade. O conjunto completo ficou mais alto do que planejei (outra falha por não medir antes) e depois do conjunto todo montado me atentei que o contrapeso fica pegando na chapa de ferro e que o conjunto todo vibra de forma consideravel, mas em contrapartida a vibração cessa com 3 ou 4 segundos. Vou tentar melhorar todo o conjunto ao longo desse mês, mas confesso que fiquei triste com esses erros que pra mi são primários. Faltou um estudo completo do projeto e das possibilidades de falha.

Por outro lado fiquei satisfeito com o custo do projeto, tudo ficou em torno de R$ 60,00, com cimento, chapas, barras roscadas e parafusos e uma broca de ferro. E o principal é que consegui fazer tudo sozinho, sem apelar para serralheiro ou algum tipo de serviço extra e grande parte do material como PVC, ferragem, disco de freio e outros materiais eu possuia aqui em casa ou na chacara.






Base superior mais baixa para melhorar estabilidade



Setup montado sobre o pilar

Ainda não decidi o que vai ser feito para melhorar a estabilidade, sugestões são bem vindas, mas de início farei alguns testes para ver como ele se comporta para astrofotografia 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Contrução do pilar de observação Parte 1

Essa semana dei inicio a um antigo plano de construir um pilar de observação na parte de baixo do quintal, pois apesar de na varanda ser mais pratico por estar perto de casa, qualquer coisa pra guardar o equipamento fica bem mais fácil, mas acabava perdendo boa parte do céu por conta do telhado da varanda e também por na região sul, ter um poste abençoado bem de frente. Outro ponto de vantagem do pilar fixo em relação ao tripé móvel é não precisar ficar fazendo alinhamento todo inicio de observação, mesmo marcando o chão com as posições dos pés isso sempre me tomava um certo tempo antes de realmente poder fazer algo. Acabei por escolher no quintal um local onde o poste de iluminação não atrapalhasse e fui salvo pelo pé de fruto conde que fica bem na frente do poste fazendo sombra.




A intenção era fazer uma base firme, então perfurei um tubulão com uns 90cm de profundidade e 15cm de diametro, não sei até então se essa seria uma profundidade ideal ou se foi rasa demais, ou até mesmo se não precisa ser tão fundo, fui pela intuição e optei por rebaixar a terra no entorno do furo pois ali também tera uma uma base quadrada de concreto que irá 15cm abaixo do nivel do chão, e mais 10 cm acima. Definidas as medidas, é hora de por a mão na massa. Fiz um concreto 2x1, a cada duas latas de areia usei uma de cimento, eu deveria ter colocado brita para dar uma liga melhor, mas na pressa acabei fazendo sem. Foi preenchido 20cm do tubulão de massa com algumas pedras, e a partir dessa altura coloquei a massa e inicio da ferragem. O tubo de pvc partiu de uns 20cm abaixo do nível do chão e seguiu até a altura desejada com a armação de ferragem por dentro.
Na primeira vez que fazemos algo, só depois de algum processo é que percebemos que poderiamos ter facilitado essa etapa de alguma forma, por exemplo, na hora de preencher o concreto por dentro do pvc, este ficou sem firmeza (é claro, o concreto ainda estava totalmente mole rsrs) e vi que não conseguiria preencher ele todo pois acabaria caindo, então enchi só até uns 50cm de altura. Quando digo que poderia ter facilitado esta etapa, digo que seria muito mais fácil fazer um suporte de 3 ou 4 pontos de madeira para firmar o pvc no local desejado, mas no fim apesar do trabalho a mais sem necessidade, consegui manter na posição e no nível correto.


Local definido já perfurado, o tubulão ficou com 90cm de profundidade


Primeira etapa com concreto já virado no local

Detalhe da armação de ferragem já com a massa até metade do tubo

A etapa seguinte antes de concretar o restante do tubo era deixar pronto os parafusos que vão servir para encaixar a montagem, para isto usei 3 pedaços de 33cm de uma barra roscada 3/8, e para fixa-las no concreto e não saírem da posição, fiz um gabarito com um pedaço de madeira. Durante esse processo alguns amigos sugeriram que eu fizesse em uma tampa de pvc do mesmo tamanho do tubo, mas apesar de ser pratico porque o tamanho seria o mesmo, a pouca rigidez da tampa poderia atrapalhar na fixação deixando os parafusos tortos. abaixo as fotos do gabarito e restante do tubo e da base preenchido com concreto e parafusos acentados. Espero que em uma semana já esteja tudo seco e pronto para fixação da montagem.


Restante da base concretada e gabarito com parafusos acentados

Detalhe da posição dos parafusos

Segunda parte: Suporte para fixação da montagem.



Para acoplar a montagem ao pilar é preciso fazer uma adptação com duas chapas de ferro, parafusos e porcas. Fui a um ferro velho aqui em Belo Horizonte e de cara dei de frente com o que me serviria, duas chapas bastante enferrujadas, mas muito firmes apesar de não serem tão grossas, possuem cerca de 2mm. O dono do ferro velho me cobrou R$ 5,00 nas duas, o que já me agradou bastante. Tive algum trabalho para arrancar este ferrugem todo, mas uma escova de aço que se adapta à furadeira me poupou um bom tempo de serviço. E após a remoção de parte do ferrugem, foi aplicado um fundo anti-ferrugem e feito os furos. 


Chapas de 25x25 e 30x30 no estado em que comprei.

As duas aqui após um bom tempo sendo limpas com a escova de aço. Reparem no estado da bancada.



Fundo recém aplicado, e que após seco parece deixar a chapa mais grossa e mais firme.


Aqui as chapas já secas e devidamente furadas. A chapa de baixo irá ser fixada no pilar de concreto pelos três parafusos, e estes quatro parafusos em cada ponta irão funcionar como ajuste de altura para a chapa de cima ficar nivelada. O furo no centro será onde o barra roscada de 1/2 irá passar para fazer a união com a EQ5.




Ao longo dessa semana quando a massa estiver seca, continuo com o projeto e vou atualizando as informações. Nesse meio tempo, deverá chegar os componentes e o arduíno para fazer a guiagem. 











quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Galáxias NGC 4038/4039 e NGC 4027

Meu primeiro registro de uma galaxias feito no dia 01 de fevereiro, numa noite um pouco complicada, nuvens surgiam do nada e desapareciam na mesma velocidade. A galaxia das antenas NGC 4038/4039 estão localizadas na constelação do Corvo a uma distância de 45 milhões de anos-luz de nós.As galáxias das antenas estão passando por uma colisão galáctica, e são conhecidas como as galáxias das antenas, porque as duas caudas longas de estrelas , gás e poeira ejectados das galáxias, como resultado da colisão assemelham a um inseto com antenas . Os núcleos das duas galáxias estão se unindo para se tornar uma gigante galáxia . A maioria das galáxias provavelmente sofre pelo menos uma colisão significativa em suas vidas. Este é provavelmente o futuro da nossa Via Láctea quando colidir com a galáxia de Andrômeda.
Abaixo o registro com SkyWatcher 150 f5 com 18'22" de exposição:




O astrofotografo mwill298 fez um registro das Galaxias das Antenas em RGB com mais de 7 horas de exposição somados todos os canais. É impressionante o tamanho das "antenas" quando comparadas ao tamanho das duas galaxias em colisão.

 


Aqui, uma ferramento utilizada para definir a astrometria da região, fornecido pelo site nova.astrometry.net, onde você carrega a imagem e ele retorna com a identificação dos objetos presentes no registro. 




terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Processamento M42

Um dos grandes alvos de astrofotografos, principalmente os iniciantes como eu, é a grande Nebulosa De Órion (M42). tanto pela facilidade de localização quanto pelos detalhes que ela revela mesmo em exposições curtas. Por muito tempo pelejei com o refrator de 70mm da skywatcher, mas não conseguia mais do que 5 segundos de exposição, acho que devido ao grande erro periodico que a EQ1 possuia. O fato é que agora consigo até 2 minutos de exposição com a EQ5, e nessa temporada pretendo acumular o máximo possivel de lights de Órion, espero no final possuir mais de 4 horas de exposição acumulada. Abaixo o resultado de um empilhamento da região com 18 minutos de exposição. Nesse meio tempo espero já ter conseguido preparar a guiagem da montagem, pois perdi alguns frames de 1 minuto por conta de trail nas estrelas.

M42, SW150 Nikon D3200, 18' exposição e ISO variado (400~1600)


Calculos básicos

Tempo nublado e o jeito é me voltar para os estudos sobre a capacidade do meu novo OTA e como aproveitar melhor a sua abertura. O OTA é um modelo refletor newtoniano da Skywatcher com 6" (150mm) de abertura e 750mm de distancia focal, com relação focal F/5.

Umas das primeiras coisas que uma pessoa que nunca teve contato com um telescópio quer saber é qual o aumento ou zoom que o telescópio possui. Ressalta-se que o aumento não é a caracteristica principal de um telescópio para observação do céu, e que ao ver anuncios de equipamentos astronomicos onde o aumento possui destaque, procure outro lugar para comprar, pois esta loja/vendedor não entende do equipamento que vende e pode lhe entregar algo de pouca ou nenhuma qualidade.

Cada telescópio possui um limite máximo de ampliação, determinado através da sua distancia distância focal, que é a distancia medida a partir da lente ou espelhos até a chegada no ponto focal do telescópio, dividido pela distância focal da ocular. Este calculo de ampliação se dá pela seguinte formula:
A = F / f   

Onde A (aumento), F (Distância Focal do Telescópio)  e f (Distância Focal da Ocular)

Então durante uma observação, utilizando a ocular de 10mm que veio no conjunto do ota, possuo uma ampliação de 75x, pois
A = 750 / 10     ->     A = 75x

Seguindo a lógica, utilizando uma ocular de 4mm em conjunto com uma barlow de 3x, o aumento seria de 562x. Na teoria sim, mas realidade não. Com este aumento  ultrapassamos a capacidade de aumento máximo do telescópio, que é calculada como sendo duas vezes e meio a abertura do telescópio: 

Amax = D x 2,5   

Onde Amax (Aumento maximo)  e D (Diâmetro do espelho/objetiva)

Vale ressaltar que mesmo estando dentro do limite maximo de aumento, não significa que a visualização permanecerá perfeita. Grandes aumentos provocam o escurecimento do objeto observado e proximo ao limite máximo, poderá ser proveitoso apenas em observações planetárias ou lunar.

Limite de Dawes é uma fórmula que é usada para calcular a máxima resolução de um telescópio e se dá pela fórmula
Dawes Unit = 115,8 / Diametro  

Logo o telescópio com 150mm de diametro terá o poder de separar objetos com um angulo maior ou igual a 0,772 segundos de arco. O limite de Dawes nem sempre mostra o verdadeiro valor limitador de separação, pois muitas das vezes a turbulência atmosférica de cada região denominada seeing, limita a resolução deste angulo de visão e atrapalhando astrofotografias com tempo de exposições acima de 2 segundos. Onde moro, em Contagem (MG), o seeing varia de 2 a 3 arcos de segundo, sendo menor a partir das 3h da madrugada, quando a temperatura da superficie terrestre vai caindo e se estabilizando.

Quando se observa através de uma ocular ou até mesmo pela buscadora o campo de visão fica reduzido por conta do aumento produzido pela mesma, Então se quisermos saber quanto do campo real está sendo observado de uma área do céu, enquanto se usa por exemplo uma Ocular Ploss que fornece 60x de aumento e possui campo de visão aparente de 52º, utiliza-se a seguinte formula:

Crº = Caº / A


Onde, Crº (Campo real em graus, Caº (Campo aparente em graus da ocular) e A (Aumento). As oculares mais usadas possuem os seguintes campos aparentes:

Ploss = 52º
S.Views = 67º
Ortoscopica = 43º
Planetárias = 55º

Voltando aos calculos, com estas informações teremos então:

Crº = 52º / 60  -->   Crº = 0,86º




domingo, 22 de janeiro de 2017

Aprofundando na astrofotografia

2017 parece ser o ano em que vai dar para eu adentrar um pouquinho mais no mundo da astrofotografia, consegui complementar meu setup essa semana com a chegada do motor dual axis
para a EQ5. Devo confessar que um equipamento melhor facilita muito a vida, consegui fazer um alinhamento bem grosseiro, que permitiu 1 minuto de exposição sem rastros, em pouco mais de 20 minutos, enquanto que com meu antigo setup (EQ1 motorizada + SW 70mm) ficava quase 2 horas e ela desalinhava muito fácil. 

EQ5 com o motoro recém instalado e meu supervisor Freddy conferindo se está tudo em ordem

Sexta-feira (20/01/2017) o céu estava com uma fina camada de névoa, mas resolvi aproveitar e alinhar a montagem. Com pouco tempo o céu deu uma brecha e consegui fazer alguns testes. O primeiro com a D3200 que tem segurado uma barra comigo. Depois de alinhado, fiz dois frames de teste mirando Nebulosa de Órion (M42), alvo fácil e com muitos detalhes. Um frame de 30 segundos e outro de 45 segundos (imagem abaixo). Fiquei muito feliz pois consegui detalhes pela primeira vez que em momento algum consegui em um ano, seja com frame único, com empilhamentos, enxurradas de pós processamento...


M42 - SW 150mm 45" ISO 800

Hoje resolvi brincar e empilhar os dois frames, sem arquivos de ajuste mesmo, apenas para ver como se sairia e ficou bem legal, com muitos detalhes aparentes e estrelas bem pontuais. É uma boa motivação para continuar e espero durante esse ano extrair ao máximo o que meu setup pode oferecer pois não tenho certeza se conseguirei ficar com ele até o final, mas espero que consiga. Abaixo o resultado do empilhamento no DSS:

M42 - 75" ISO 800 - Empilhamento DSS - Sem arquivos de ajustes

E antes que eu me esqueça, fiz também um outro teste que pelo que me parece foi algo pouco ou nenhuma vez testado com um resultado com tantos detalhes. Ainda na nebulosa de Órion, fiz um registro de 30" com o meu celular LG G4, que possui função manual e me permite alguns controles iguais aos de câmeras profissionais. Fiquei surpreso quando compartilhei o resultado em grupos de astrofotografia pelo Facebook, a quantidade de curtidas e comentários de pessoas que nunca tinham visto nada parecido me fez querer pensar um pouco maior com esse tipo astrofotografia. É um modo em que fica acessível para muita gente, e é muito intuitiva para quem está observando. Em momento algum, é claro, penso em substituir a qualidade de uma DSLR, mas assim como uma webcam faz parte do setup de grande astrofotógrafos hoje em registros planetários, porque não tentar uma adequação para o uso de celular em algum campo da astrofotografia?

M42 -  LG G4 modo afocal, ocular 10mm, SW 150mm, 30" ISO 600